
OLHARES
Olhar tangido de pedaços
procura peças em falta
nas gavetas sem conteúdo
Olhar fantasiado de luzes
busca a sombra cicatrizante
debaixo de árvores desfolhadas
Pedaços que se desfazem,
luzes que se apagam
E os olhos enterram suas pálpebras
para apenas escutar
o búzio flutuando no areal
sofia

.
O último poema
Assim eu quereria o meu último poema:
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais.
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas;
que tivesse a beleza das flores quase sem perfume;
a pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos;
a paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
manuel bandeira
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