
“Pátria minha”: “A minha pátria é como se não fosse, é íntima/ Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo/ É minha pátria (…) Mas sei que minha pátria é a luz, o sal e a água/ Que elaboram e liquefazem a minha mágoa (…) Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias/ de minha pátria, de minha pátria sem sapatos/ E sem meias, pátria minha/ Tão pobrinha! (…) tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito/ Nesta sala estrangeira com lareira/ E sem pé-direito (…) Pátria minha… A minha pátria não é florão, nem ostenta/ Lábaro não: a minha pátria é desolação/ De caminhos, a minha pátria é terra sedenta/ E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular/ Que bebe nuvem, come terra/ E urina mar. (…) Mais do que a mais garrida a minha pátria tem/ Uma quentura, um querer bem, um bem/ Um libertas quae sera tamen/ Que um dia traduzi num exame escrito:/ Liberta que serás também / E repito!” v. m.
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